segunda-feira, 29 de abril de 2013

Ela. - Maria Luíza de Camargo Malina.



Ela.
Maria Luíza de Camargo Malina.


Ela caminhava no seu devagar, flutuando pelos ares, arrancando suspiros por quem tivesse a felicidade de cruzar neste exato momento de seu leve e perfumado flutuar.

Maria não era assim, era apenas um fardo pesado a se arrastar vagarosamente dentro de si mesma,  junto a essa lentidão de mal querer que impregnava seu coração ferido com a dor da descoberta certificada de um mal entendido que persistia em acompanha-la sem qualquer pudor ou piedade.

Ela vivia de uma forma de ver e ser vista, talvez, se amasse  a si própria e isto lhe bastava. Não se preocupava, estava triste demais para pensar em uma possível vingança e, costumava dizer que era apenas uma inveja branca (!!!)

Neste seu rastejar torturante de menina perdida em meio a selva, consegue olhar-se no espelho e, um sorriso se abriu em seu rosto iluminando novamente o seu caminhar no seu devagar.

Nenhum comentário:

Postar um comentário