quarta-feira, 27 de março de 2013

UM OÁSIS NÃO TÃO LONGE - Oswaldo Romano





UM OÁSIS NÃO TÃO LONGE
Oswaldo Romano

        Distante do burburinho da cidade conheci um embrenhado oásis, onde medram plantas agrestes, muito mais cobiçado que aquele do deserto na imensidão das terras peladas.

        Diferente do tão falado refúgio camelino, o agora nosso se oculta num mar de verdejantes montes, e guardam no seu âmago todos os segredos da mata. Mata cortada por delicada fenda, onde sinuosa estrada leva-nos a esse escondido paraíso. Pare em qualquer ponto desse caminho, enleve-se e escute os cantos, pios, coaxos, gritos. Lá, bem do fundo, o borbulhar das águas da nascente, formada só Deus sabe quando, desce lavando as pedras, correndo, cascateando, rompendo o silêncio dentro do seu misterioso labirinto.

        Vencer essa luxuriante floresta atlântica, e passar por gigantes samambaias-do-mato, é ver o verde. De sorrate debruçam-se sobre nosso veículo, ora escurecendo, ora refletindo os raios peneirados do sol, seguindo-nos até nosso encantado destino, onde encontro “o meu segredo.

        Aqui o Criador, dono da divina sabedoria, colocou na mão do homem sua inspirada magia, e juntos construíram um dos mais belos refúgios concebido para o bem viver. 

Campos, águas e praias, pássaros migratórios, são permanentemente vigiados pelos Quero-Queros, os pequenos corajosos, ou pelos grandes magnânimos, bizarros que com ostensível pose, pedem respeito a esse fascinante pedacinho de céu.

Quero estar lado a lado desses Quero-Queros, eles honram o pedaço que ocupam. Em troca, guardo o segredo das suas coordenadas, enquanto me permito sustentar, estar ali O segredo da minha vida”.

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